Cargas concentradas no Futebol

MODELO DE CARGA CONCENTRADA

O modelo de estruturação proposto foi organizado a partir de uma série de informações da literatura desportiva não específica, em especial das publicações de Verkhoshansky (1990), que inicialmente experimentou sua proposta com sucesso e atletas de alto nível do atletismo, sobretudo nas provas de força rápida. Evidentemente, ao fazer a transferência aplicação para o futebol, por tratar-se de um desporto complexo, algumas alterações foram necessárias, com o intuito de atender as exigências peculiares da modalidade. Outro desafio foi a adequação da teoria criada a partir de experiências com atletas de alto nível ás necessidades e limites de cada categoria, uma vez que as cargas concentradas têm sido recomendadas apenas para atletas de alto desempenho. Essa concepção metodológica passou por adaptações, sobretudo ma distribuição da carga de treino nas diferentes etapas e micro-etapas, o que exigiu refletir sobre o controle das alterações através de marcadores funcionais previamente selecionados e aplicados ao longo de 30 semanas do estudo, compatibilizando os momentos de controle com os jogos previstos pelo calendário de competição.

O macrociclo é dividido em 3 etapas( A,B,C):

Segundo Alvarenga & Pantaleão (2008) este modelo é repartido por três blocos agrupados logicamente: o bloco A (preparação física especial), activa os mecanismos do processo de adaptação e é orientado para a especialização morfológica e funcional do organismo; o bloco B (preparação técnico-táctico) assimila a capacidade de utilizar a evolução do potencial locomotor através do aumento gradual da intensidade de execução do exercício competitivo; o bloco C (competições) assegura a conclusão do ciclo de adaptação e a capacidade do organismo levar ao máximo o trabalho realizado através das competições. Segundo Cervero e Granell (2003) citados por Alvarenga & Pantaleão (2008) parte dos conteúdos dos blocos sobrepõem-se para que desta.

Etapa A

O objetivo desta etapa tem como tarefa principal o desenvolvimento muscular generalizado (resistência de força aeróbia e anaeróbia local, força rápida), os trabalhos não priorizaram a glicólise anaeróbia; O objetivo é desenvolver a estrutura morfológica e funcional do sistema muscular dos atletas para o suporte eficaz das etapas posteriores, nas quais ocorreu um aumento da velocidade dos exercícios competitivos; as tarefas dessa etapa visaram solucionar esses obejtivos por meio de uma preparação de força especial, de volume crescente e, exercícios preparatórios gerias de volume reduzido.

A1

Aplicação de cargas concentradas de força com exercícios preparatórios gerais desenvolvidos em volume pequeno e os exercícios preparatórios especiais em volume crescente de carga.

Com relação á coordena ação das ações motoras do jogo, nesta microetapa é utilizada as formas repetidas de elementos técnicos simples com mobilização baixa de força, repetindo o ritmo dos movimentos e sua conexão mecânica correta de execução.

A2

Nesta microetapa, tem como característica por cargas e caráter concentrado de força de elevado volume (maior volume de aplicação de cargas concentrada de força dentro do macrociclo), com introdução do treinamento complexo de força.

Treinamento Complexo de Força: Verkhoshansky (1990) conceituou treinamento complexo como a combinação de exercícios de efeito contrastante, ou seja, a carga alta de força ( intensidade curta 80-90% da carga máxima) seguido de uma carga baixa (uso do próprio corpo ou pequena carga). O objetivo é o aproveitamento das fortes interconexões neurais decorrentes deste contraste, como, por exemplo, o recrutamento de unidades motoras, a taxa de codificação dos estímulos iniciais e sua influência no esforço subsequente em condições normais ou facilitadas com aumento da velocidade de execução da ação ou movimento.

A3

O conteúdo desta microetapa caracteriza pela vasta utilização das cargas concentradas de força de menor volume, porém de maior intensidade.